terça-feira, 5 de julho de 2016

Governo propõe nesta semana novo rombo bilionário para contas de 2017

O governo deve encaminhar nesta semana uma revisão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 propondo um rombo mais alto para as contas públicas no ano que vem.

Há cerca de três meses, a antiga equipe econômica, da presidente afastada Dilma Rousseff, encaminhou ao Legislativo um pedido para que seja registradado no ano que vem um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública) de até R$ 65 bilhões.

Entretanto, esse valor é considerado irrealista pela nova equipe econômica.

O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, já informou que a nova proposta considerará um rombo fiscal de, pelo menos, R$ 100 bilhões no ano que vem, enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que trabalha para que o resultado negativo não supere, em 2017, o rombo de R$ 170 bilhões que já foram autorizado pelo Congresso para este ano.

O presidente da República em exercício, Michel Temer, pretende definir nesta terça-feira (5) junto com a equipe econômica a proposta de meta fiscal para 2017, informaram auxiliares do peemedebista na segunda (4).

Segundo integrantes do governo, a avaliação no Palácio do Planalto é que, se forem mantidos, por exemplo, os R$ 170,5 bilhões de déficit previstos para este ano, isso já mostraria uma "estabilização" do rombo fiscal.

Para analistas, o valor pode ficar próximo ao resultado deste ano, ou até mesmo superar a marca dos R$ 200 bilhões sem medidas adicionais de ajuste.

O déficit fiscal do ano que vem já traz impacto de medidas anunciadas recentemente pelo próprio governo federal. Ao invés de cortar despesas, o governo adotou medidas que ampliam o rombo nas contas públicas deste e dos próximos anos, entre elas a renegocioção da dívida dos estados e municípios com a União, com impacto de R$ 15 bilhões em 2017.

Também contribuem com o aumento do déficit fiscal o aumento aprovado para servidores (estimativa de R$ 25,2 bilhões a mais em despesas no ano que vem) e o reajuste de 12,5% para o benefício pago às famílias inscritas no Bolsa Família, que vai elevar os gastos em R$ 3 bilhões por ano.

A proposta para o resultado das contas públicas em 2017 já levará em conta o novo teto para gastos públicos - mesmo que a proposta de emenda constitucional ainda não tenha sido aprovada pelo Congresso Nacional.

A ideia da nova equipe econômica é de que as despesas não possam crescer mais, no próximo ano, acima da inflação registrada pelo IPCA em 2016 - inclusive os gastos com Saúde e Educação.

Para analistas, o teto de gastos é correto para tentar melhorar as contas, mas tem efeito limitado no curto prazo.

O que dizem os economistas para 2017

De acordo com Raul Velloso, que centra sua atuação na análise das contas públicas, mesmo com a limitação das despesas em 2017 as contas públicas tendem a ter um déficit elevado, já que as receitas ainda não devem se recuperar de forma mais intensa no próximo ano.

"Se o PIB crescer 1% no ano que vem, o ganho em relação à despesa vai ser de 1% também. Mas como sai de um déficit muito alto neste ano, o que vai acontecer é que o déficit vai reduzir [em 2017], mas não muito em relação ao patamar deste ano [de R$ 170 bilhões]", avaliou Velloso ao G1.

Segundo o especiasta em contabilidade pública Felipe Salto, com a aplicação "pura e simples" da regra do teto como premissa principal, sem medidas adicionais para controlar as despesas ou aumentar a arrecadação (aumento de impostos ou venda de ativos), o déficit primário poderia avançar para R$ 194,7 bilhões neste ano e para R$ 201,8 bilhões em 2017.

De acordo com ele, porém, se o governo adotar medidas para cortar despesas e aumentar receitas, o resultado pode melhorar bastante. O déficit recuaria para R$ 139,3 bilhões neste ano e para R$ 95 bilhões em 2017.

"A grande questão não é fazer o máximo de esforço [maior superávit primário] possível sem olhar para o crescimento econômico. Se faz um ajuste fiscal muito pesado, pode jogar o país em uma recessão maior ainda. O ajuste [das contas] é prioridade, mas precisa achar o caminho do meio", declarou Salto.

Para ele, entre as medidas que poderiam melhorar as contas públicas está a proibição de contratações e reajustes salariais de servidores até dezembro de 2018; a desvinculação da Previdência da regra do salário mínimo, criando uma correção à parte para este e outros benefícios; e o aumento da CIDE, contribuição que incide sobre combustíveis. Apenas esta última, diz Salto, pode render R$ 30 bilhões a mais ao governo.

Nesta segunda-feira (4), o presidente em exercício, Michel Temer, afirmou que "medidas impopulares" que estão por vir. Ele já admitiu em outras oportunidades a possibilidade da criação de impostos temporários, como a CPMF.

Superávit só em 2019

Em 2017 o país completará quatro anos consecutivos com as contas públicas no vermelho, ou seja, com mais gastos pelo governo do que arrecadação.

Em 2014, houve um déficit de R$ 17,24 bilhões e, em 2015, um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões. Para este ano, a proposta é de um resultado negativo de R$ 170,5 bilhões e, para 2017, já há a confirmação da equipe econômica de que o rombo será maior do que R$ 100 bilhões.

De acordo com pesquisa feita na semana passada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, também deverá ser registrado um novo déficit nas contas públicas em 2018. A expectativa é de que elas voltem a ter superávit primário (arrecadação superior às despesas, com sobra de recursos) somente em 2019.


Fonte: G1

Libra esterlina chega a valor mais baixo em três décadas após Brexit

A libra esterlina voltou a cair nesta terça-feira (5) a seu nível mais baixo em mais de três décadas ao ser cotada a US$ 1,3113, sua segunda queda após o voto favorável ao "Brexit" no referendo de 23 de junho.

A divisa britânica caiu nesta manhã 1,8% frente ao dólar, até US$ 1,3113, abaixo da cotação de US$ 1,3118 que alcançou na segunda-feira posterior ao histórico referendo, que foi vencido pelos partidários da saída da UE por 52% dos votos.

A libra também caiu 1,04% em relação ao euro, seu valor mínimo em mais de dois anos.

A incerteza em torno do "Brexit" afetava também a Bolsa de Londres, que apresentava queda também devido à urgência dos investidores para se desprender de seus títulos.

O nervosismo se instalou no pregão londrino depois que a firma de gestão de fundos Standard Life deteve temporariamente a cotação de seu fundo imobiliário para conter a retirada de capital por causa do voto favorável a saída da União Europeia.

Os setores financeiro e empresarial pediram ao governo conservador que dê garantias sobre o processo de negociação com Bruxelas e o futuro dos cidadãos comunitários que trabalham no Reino Unido, muitos deles nesses setores produtivos.

Os britânicos decidiram sair da União Europeia. A decisão do referendo, realizado no dia 24 de junho causou um mau humor generalizado nos mercados financeiros na ocasião, em meio às incertezas sobre o impacto que a saída do Reino Unido do bloco deve causar aos outros países pelo mundo.


Fonte: G1

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Preços do arroz e trigo devem permanecer em baixa, diz FAO

Os preços internacionais do arroz e do trigo devem permanecer sob pressão baixista no curto prazo em virtude dos grandes estoques globais e da fraca demanda. Ao mesmo tempo, o menor custo da ração deve resultar em um maior número de animais em granjas, de acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira pela segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em relatório sobre as perspectivas 2016-2025 para o setor agrícola no mundo.

O arroz produzido pela Tailândia deve ter uma cotação média de US$ 407,60 a tonelada no próximo ano, ligeiramente superior aos US$ 399,60/t previsto para 2016. Os preços dos grãos - que incluem outros cereais normalmente utilizados para alimentação animal ou fabricação de cerveja - também devem ficar pressionados no curto prazo, de acordo com o relatório.

Os destaques de produtos em alta são os suínos, por causa de uma escassez do produto na China, e do açúcar, que tem experimentado um declínio da produção em virtude dos efeitos das condições climáticas intempestivas. No entanto, os preços da carne podem vir a recuar no curto prazo com produtores respondendo a baixa dos preços dos grãos para alimentação animal e aumentando a oferta de aves e suínos no mercado, de acordo com o relatório.

Já para o algodão os preços devem recuar e estão 4% mais baixo do que há 12 meses. "Os estoques mundiais do algodão atingiram mais de 80% do consumo anual. Em virtude deste atual excesso de oferta no mercado, os preços são projetados para diminuir entre 2016 e 2018", disse o relatório, mas depois disso, preços mais elevados deve ser visto.


Fonte: G1

Confiança do pequeno empresário cresce, mas pessimismo persiste

O índice que mede a confiança dos micro e pequenos empresários do varejo e serviços aumentou em junho, mas segue ainda apontando quadro geral de pessimismo. No mês passado, o indicador ficou em 42,93 pontos, um crescimento de 1,77% em relação ao mês anterior e de 18% na comparação com o ano passado. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O indicador segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, indicando quadro geral de pessimismo por parte dos pequenos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiante está o micro e pequeno empresário consultado.

“Se há otimismo, os empresários estão mais dispostos a assumir riscos para ampliar seus negócios e contratar mais funcionários. Mas o humor do empresariado também depende de medidas efetivas do governo para conter o aumento do desemprego e da deterioração fiscal, o que poderá ser observado nos próximos meses com o desenrolar da crise e dos fatos políticos”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

Piora na economia

A percepção dos micro e pequenos empresários sobre a economia brasileira também segue pessimista. De acordo com a pesquisa, 84,6% dos empresários consideram que a economia regrediu nos últimos seis meses, contra apenas 4,6% que consideram ter havido melhora.

Já na avaliação de seus próprios negócios, 66,5% dizem ter havido piora no desempenho, enquanto 7,8% dizem ter registrado melhora nos últimos meses.

Expectativas

Segundo a pesquisa, os micro e pequenos empresários melhoraram suas expectativas para os próximos seis meses. No último mês de junho, o indicador marcou 57,39 pontos, alta de 19,2% com relação ao mesmo mês do ano passado.

Na comparação com o mês anterior, as expectativas para a economia passaram de 50,34 pontos, em maio, para 54,78 pontos, em junho. Com essa alta, o indicador manteve-se acima da marca neutra de 50 pontos, indicando que a maior parte desses empresários espera que a economia melhore nos próximos meses.


Fonte: G1